"Clarividência" Poção Mágica - Ficção
Sophia e Miguel conversam sobre o acaso... aos
poucos , vivendo, vão percebendo, mudanças acontecem em suas vidas.
Em
um primeiro momento, nos anos noventa, quando se encontraram pela primeira vez,
houve uma afinidade, gostavam de livros, isso por si só, aproxima as pessoas,
criam um universo comum, o que facilita a comunicação, a relação que
estabelecem para si, tendo como referência coisas comuns.
Logo,
esse convívio, foi se estabelecendo entre ambos.
Aos poucos, iria descobrindo,
e a cada nova descoberta, abriam se as portas
para um novo jardim, cheio de flores.
Por
exemplo, quando descobriram que haviam lido o mesmo livro de Paulo Coelho.
Isso, por mais bobo que seja, de tão comum, ocorria entre eles, mas aquilo era
combustível para alimentar a afinidade.
Miguel
gostava de poesia, até escrevia, de vez em quando, alguns poemas, além de
letras para as músicas que fazia no violão. Tinha, como inspiração, o poeta
português, Fernando Pessoa, outro autor que conheceu nas estantes de livros de
sua mãe.
Os
olhos dele, literalmente, brilharam, por ocasião, de uma vez, quando estavam,
estacionados, na porta casa da mãe dele, com quem morava, no carro do pai dela,
onde conversavam, namoravam. Ainda , de olhos fechados, seus lábios e os dela,
afastaram-se, suavemente, um do outro.
Assim
do nada, coisa de outro mundo, ela mencionou, sussurrou em seu ouvido, essa foi
a sensação, que sentiu, tamanho foi o fascínio que lhe causou ao espírito.
Simplesmente,
disse que também gostava muito de Fernando Pessoa. Um raio no céu, essa imagem se construiu em
sua mente, um sonoplasta, entenderia, ser esse o momento, sublime, para fazer
uma intervenção, colocar em prática , a mágica, que era possível, ser feita,
alterando o humor, a emoção, mudando o estado e espírito das pessoas, por meio
da trilha sonora.
Uma
imagem de um filme gótico, clássico, como Nosferatu, mas algo mais familiar,
mais próximo de sua crenças, como o ritmo, ao qual se acostumou desde criança, por meio de história
em quadrinhos, de "Star Wars". Aquela risada do malvado.
Como
aquela do clip de Michael Jackson, em que ele e sua namorada, estão no cinema,
com um saco de pipocas, vendo um filme de terror. E depois, saem para as ruas,
são perseguidos por zumbis, com certeza, Robert Kirkman, o cara que bolou os quadrinhos "The Walking Dead", mais tarde, um fenômeno da televisão, foi influenciado pela
coreografia desse videoclipe. No fim do curta, o video foi editado, como clipe,
a partir de um filme, de 14 minutos, feito por John Landis, em 1983, Michael
vira um lobisomem e dá aquela, famosa, risada maligna.
Além
do brilho nos olhos, de uma alegria contagiante, representada, no parágrafo
acima, pela risada de Vincent Price, o ator norte americano, que a partir dos
anos 50, do século 20, tornou-se um ícone dos filmes de terror, por sua “performance”
e pela sua voz, pois bem, esse era o espírito,dessa
risada, que estava no brilho dos olhos de Miguel, seria como a materialização,
de um sentimento, o prazer do vilão, ao praticar a maldade, o êxtase que faz a
pessoa rir, como o da bruxa, ao ver Branca de Neve, desfalecida, após morder a
maçã envenenada.
!!!
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