" A Palavra Mágica"


Abracadabra é uma palavra mística. Um encantamento que a partir do momento em que é verbalizado,  a palavra é entoada pela voz, a mágica, em si, acontece. É a chave que abre a porta do que antes estava oculto.

A luz que ilumina o ambiente escuro. Uma das palavras mágicas mais famosas na história do mundo. Talvez, só mesmo o "Abra-te Sesamo", de Ali Babá,  um pobre lenhador que se transformou em um mito da Arábia pré- islâmica, personagem de um dos contos do livro 'As Mil e Uma Noites", quando descobre o tesouro, roubado, dos quarenta ladrões em uma floresta.

O lenhador, havia encerrado, mais um dia, de sua jornada de trabalho, como de costume, naquela hora do dia, ao entardecer. Mas, naquele final de tarde, algo lhe chamou a atenção. Aproximou-se, escondido, entre a vegetação, de onde, observou um bando se juntando diante de uma gruta na mata.

O chefe disse "Abra-te Sesamo" e , por mágica, da cigana Zoraya, a pedra se moveu, revelando o esconderijo, o ouro dos ladrões. Eram quarenta homens, logo transportaram tudo, todo o objeto do saque praticado, guardaram as jóias, pedras preciosas no seu interior e saíram, O chefe se voltou para a entrada da caverna e disse:

_ "Fecha-te Sesamo".

A gruta se fechou. Eles saíram em disparada, toda a quadrilha, de uma vez só, em seus camelos, levantando um poeirão danado, sob a mata fechada. O pobre lenhador ficou , ali, quietinho, como se fosse uma planta, fosse um bicho, apenas mais um dos filhos da mãe natureza. No entanto, prestou atenção em tudo. 

Desceu e foi até a entrada da gruta. Então, disse:

_ "Abra-te Sesamo"

Como passe de mágica, a gruta abriu, o lenhador entrou e fez um limpa, no tesouro, ali escondido, levando toda aquela riqueza para a sua casa. Sem dúvida, é fácil perceber a popularidade, por isso, o crédito devido.

Abracadabra, a palavra, se encontra nesse mesmo patamar, o das palavras místicas que contêm um sentido mágico Trata-se de uma palavra usada como um talismã. Sendo este um objeto que tem o poder de fazer o inexplicável acontecer, daí a expressão: "surgiu do nada como se fosse mágica".

Também funciona como um símbolo que evoca proteção, que protege dos maus espíritos, além de afastar todo tipo de malefício e aflição, que possam atormentar a alma humana. Era escrita em uma forma de pirâmide invertida, um triângulo de cabeça para baixo.

"Abracadabra, pele de cabra. Sim sala bim, transforme esse pedaço de chumbo em ouro pra mim. Sim Sala Bim Bamba Saladu Saladin...
Hocus Pocus,Tontus,Talontus.Vade Celeriter Jubeo.Alakazam!"

_ Você fez um feitiço de amor pra mim? - Antes que se manifestasse, esboçasse uma resposta, já emendou outra: "Qual o significado oculto dessas palavras mágicas"?

_ Você jura que não é praga,né?

_ Não, não tem nada disso, pode ficar tranquila. - Respondeu Miguel.

_Você é muito brincalhão, eu sei (ela disse), mas às vezes, penso  que tem algo oculto mesmo por trás, dessa nossa atração, sabe? Bom, por isso, queria saber o que você disse,sabe?

_Na verdade, Sophia, não tem significado algum. Meu amor – disse com carinho - serve, apenas, para chamar a atenção e entreter a platéia.

...

"E um dia vai chegar. E o sol, uma nova manhã, vai brilhar. Você vai ver Diante seus olhos vai acontecer. Estaremos juntos. Eu e você. Nada pode separar.O que o amor decidiu juntar.Um ao lado do outro. Nem precisa explicar. Mesmo com a distância. Ao seu lado eu vou estar. Quero a paz interior. Quero viver cada vez mais esse amor.Seguir em frente. Indiferente, Aos obstáculos que vão surgir.Eu sei o que quero e vou conseguir O seu amor, sincero,me faz sorrir Você acendeu a luz que brilhou em meu coração. Abençoou o meu caminho,...me iluminou !"
...

Eu não sabia o que estava fazendo, não tinha noção da gravidade, do perigo que havia em me relacionar com uma ilusão, em um primeiro momento, eu juro, pensei em se tratar de um anjo, realmente estava confuso,  a ideia de encontrar alguém me agradava, mas não sabia o que se escondia por trás de um mal entendido, certas coisas que aconteceram, e não foram bem resolvidas, devem ficar mesmo no passado. 

Tinha alguma coisa errada comigo, estava ciente disso, talvez por essa causa, estava sempre caminhando olhando para trás, como se tivesse perdido algo, alguma coisa, como se fosse meu coração, ao invés de, levantar a cabeça e olhar para a frente.Tinha medo de enxergar a vida como era, buscava uma alternativa que não existia, mas ao mesmo tempo insistia em apertar a mesma tecla, mesmo que me causasse dor, como se precisasse me enganar para ser feliz.

Não queria admitir a incompetência de não conquistar a felicidade, não aceitava sequer a hipótese. Era como se fosse um fantasma do passado que voltava a me atormentar, o tempo já havia virado a página, outros livros foram esquecidos na estante, tão pouco lembrava  o título, uma pasta de couro preto que nunca chegou a ser devolvida.

 Ainda tentei reverter a situação, mas já estávamos longe, possivelmente nunca estivemos perto um do outro, cada um estava na sua, palavras trocadas, gestos de carinhos, mas pertencíamos a mundos diferentes. 

Toda vez que algo não dava certo, recorria a lembrança do que poderia ter dado certo,entre nós, mas que não aconteceu. Era uma fuga, um refúgio, talvez pelo simples fato de ser impossível. Aquele sentimento que cheguei a pensar que fosse amor, uma saudade, por saber que não haveria um outra vez.Mas eu estava carente com problemas emocionais e usava essa ilusão como pretexto.

Quem sabe um dia, sonhava, buscava a lembrança, mas era impossível, mesmo assim insistia, tentava uma comunicação telepática, pensava muito, acreditava que poderia trazer de volta o vazio que sentia, ao mesmo tempo não observava o erro que cometia, que se arrastava comigo desde aquele tempo, ou seja, o tempo todo me enganara, não havia sido sincero com as minhas emoções.

Em casa, no trabalho, em redes sociais, digitava seu nome, sabia o nome da faculdade e o curso em que se formou, mas as buscas eram em vão, pensei em contratar um detetive, mas não haviam dados suficientes, mas um dia sem querer, já havia desistido encontrei uma pista, curioso, farejei como um cão perdigueiro, havia se passado muito tempo, mas a reconheci, senti o coração palpitando, arrisquei enviar uma mensagem, não pensei duas vezes, ela respondeu.
  
Preciso te dizer uma coisa, olhos nos olhos ela disse. Eu suspirei, ainda havia uma chance, quem sabe um beijo de amor. Era tudo o que eu mais queria, um final feliz como nos contos de fadas. Minhas preces foram atendidas, cheguei a pensar, envolvido por aquele sonho. Logo, suas palavras vieram de encontro com as minhas. 

Mas a nossa conversa não poderia ser registrada apesar de todo dia fazermos contato, de chegarmos a confessar que sentíamos falta um do outro, como se fosse possível entrar em uma máquina do tempo para sermos os namorados que nunca fomos. 

Nem isso, essa realidade, que o tempo havia nos separado, cada um foi para o seu canto, com suas alegrias e tristezas, que cada um construiu uma vida, longe um do outro, que isso seria apenas um detalhe, que isso não fosse um obstáculo, que nos impedisse de nos vermos de novo, mais uma vez. Havia essa disposição, palavras de amor, um querer bem, mas talvez fosse apenas desejo, uma carência afetiva que não acreditávamos ter.

Hoje sei que me enganei e me deixei levar pelo sentimento, queria acreditar que fosse amor, mas depois, nem sequer ousei pensar que fosse apenas capricho, eu queria sonhar, teclar com os anjos depois da meia noite, me deixar apaixonar por uma ilusão. Mas havia uma chama acesa que ardia, o fogo intenso de uma paixão,uma bomba de efeito retardado.

Era perigoso tinha que ser escondido, ninguém poderia saber, ter notícia ou dar recado, aquilo incomodava, pois o sentimento era verdadeiro, a vontade de estar junto. Em nenhum momento parei para pensar refletir no que estaria acontecendo, era melhor deixar fluir, Havia uma atração, uma vontade de beijar de colar os lábios um no outro e simplesmente se esquecer do mundo.

Uma sensação de bem estar, a liberdade, como se fosse um passarinho que esteve em uma gaiola e agora tinha o céu para voar. Mas o relógio marcava a hora de voltar para casa. Então, nessa hora, não havia mais asas para sustentar o voo, a queda era iminente, mas não era isso, havia outro componente que contradizia as nossas palavras. 

Por mais doces que fossem, deixava um gosto amargo, porque estávamos sendo egoístas, pois  a gente buscava, no outro, alguém que, de fato, não éramos, buscávamos ser os amantes que não éramos

!!!



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